UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
CURSO: LETRAS
DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA: POESIA (APS)
TURNO: MATUTINO
SÉRIE: 3º
PROFESSOR: ÁUREA OLIVEIRA
TURMA: LL3A30
ALUNAS:
KARLLA THAIANE RA: B39BAF-5
KARLLA THAIANE RA: B39BAF-5
KARYNE DE SOUSA RA: B3339E-1
MARYANE OLIVEIRA RA: B321CH-0
SOFHIA ARAÚJO RA: B4133E-1
SUELLEN RODRIGUES RA: B38BJE-7
MARYANE OLIVEIRA RA: B321CH-0
SOFHIA ARAÚJO RA: B4133E-1
SUELLEN RODRIGUES RA: B38BJE-7
TROVADORISMO
Perdurou do século XII ao século
XIV. Na idade média, o regime político em vigência denominava-se feudalismo –
sistema que controlava a vida socioeconômica e politica. A sociedade
apresentava uma estrutura hierárquica: rei, clero, nobreza, povo.
A organização feudalista era
fundamentada na hierarquia entre senhores e vassalos. A unidade de produção era
o feudo, um pequeno pedaço de terra que o senhor concedia ao vassalo, o qual,
em troca, devia-lhe obediência, fidelidade e serviços. A Igreja era uma força ideológica
dominante, monopolizadora da cultura e da região. A idade média fez-se
essencialmente religiosa, portanto a razão submetia-se á fé: Deus como centro
de todas as concepções, medida de todas as coisas. Perante tais condições ideológicas,
o homem medieval vivia o teocentrismo por meio do qual explicava a existência humana.
A primeira composição trovadoresca
portuguesa foi a cantiga de amor, de Paio Soares de Taveirós denominada ‘’Canção
da Ribeirinha’’, o texto mais antigo escrito em galego português.
AUTOR: PAIO SOARES DE
TAVEIRÓS
.
Paio Soares é um trovador galego da primeira
metade do século XIII, que sua obra mais antiga é a ‘’cantiga da Garvaia’’ de
1189, uns dizem ser cantiga de amor;
outros por de escárnio.. Não dispomos, na
verdade, de nenhum dado documental seguro sobre o trovador, embora possa ser
ele o Pelagio Suerii, marido de Urraca Rodrigues que, em 1220 e
1228, faz algumas transações em localidades próximas de Estrada. De resto,
grande parte dos dados que nos permitem traçar a sua biografia mínima provêm
das suas composições, nomeadamente da rubrica explicativa da tenção de
mantém com Pero Velho, seu irmão, como nos informa essa mesma rubrica.
A explicitação do local onde os dois se
encontrariam, ou seja, em cas Dona Maior, mulher de Dom Rodrigo Gomes
de Trastâmara, tem permitido ligar os dois irmãos Taveirós a esse magnate
galego, cuja importância na fase inicial da poesia galego-portuguesa esta
menção confirma. Já de outra sua composição poderemos
depreender que terá estado, em algum momento, fora da Península. Até ao
momento, no entanto, nada mais ter sido possível apurar sobre a sua
biografia. Acrescente-se, de resto, que, num artigo relativamente recente,
José Carlos Miranda, partindo da discrepância entre os manuscritos no que toca
à transmissão da obra de Paio Soares de Taveirós, propõe que o conjunto de
composições preservadas unicamente pelo Cancioneiro da Ajuda, com a numeração
atual A36-A39, deverá ser atribuído, não a Paio Soares, mas a Afonso X. Sendo
que neste conjunto se inclui a célebre "cantiga da garvaia",
uma das mais discutidas composições galego-portuguesas, esta interessante, mas
polémica proposta de José Carlos Miranda necessitará certamente de fazer ainda
o seu caminho entre a comunidade de especialistas.
A
Ribeirinha
(ou Cantiga de Garvaia)
(ou Cantiga de Garvaia)
Na escrita atual
:
No mundo não conheço
ninguém igual a mim,
enquanto acontecer o
que me aconteceu,
pois eu morro por vós e ai!
Minha senhora alva e rosada,
quereis que vos lembre
que já vos vi na intimidade!
Em mau dia eu me levantei
Pois vi que não sois feia!
E, minha senhora
desde aquele dia, ai!
Venho sofrendo de um grande mal
enquanto vós, filha de dom Paio
Muniz, a julgar forçoso
que eu lhe cubra com o manto
pois eu, minha senhora
nunca recebi de vós
a coisa mais insignificante.
ninguém igual a mim,
enquanto acontecer o
que me aconteceu,
pois eu morro por vós e ai!
Minha senhora alva e rosada,
quereis que vos lembre
que já vos vi na intimidade!
Em mau dia eu me levantei
Pois vi que não sois feia!
E, minha senhora
desde aquele dia, ai!
Venho sofrendo de um grande mal
enquanto vós, filha de dom Paio
Muniz, a julgar forçoso
que eu lhe cubra com o manto
pois eu, minha senhora
nunca recebi de vós
a coisa mais insignificante.
Na escrita da época.
No mundo non me sei parelha,
mentre me for’ como me vay,
ca já moiro por vos – e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di’ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha
d’aver eu por vos guarvaya,
pois eu, mia senhor, d’alfaya
nunca de vos ouve nen ei
valia d’a correa.
mentre me for’ como me vay,
ca já moiro por vos – e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di’ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha
d’aver eu por vos guarvaya,
pois eu, mia senhor, d’alfaya
nunca de vos ouve nen ei
valia d’a correa.
parelha = igual, semelhante.
mentre = enquanto, entrementes. Essa forma arcaizou-se, isto é, caiu em desuso, mas o espanhol manteve a forma antigamientras.
ca = pois, porque. Enquanto ca também se arcaizou, o francês manteve car até hoje, com o mesmo significado.
senhor = senhora. Por essa época, usava-se na poesia a palavra "senhor" referindo-se indistintamente ao homem e à mulher.
retraya = retrate, evoque.
que vus enton non vi fea. Aqui o autor valeu-se de uma figura de linguagem - mais exatamente, figura de pensamento — conhecida por litote, que consiste na atenuação de uma idéia através da negação do seu oposto. Dessa forma, "não vi feia" equivale a "vi bonita".
semelha = parece.
guarvaya = manto escarlate próprio dos reis.
PRINCIPAIS OBRAS
A rem do mundo que
melhor queria (Cantiga de Amor)
- Ai, Pai Soárez, venho-vos rogar (Tenção)
Como morreu quem nunca bem (Cantiga de Amor)
Cuidava-m'eu, quando nom entendia (Cantiga de Amor)
Donas, veredes a prol que lhi tem (Cantiga de Amigo)
Entend'eu bem, senhor, que faz mal sem (Cantiga de Amor)
Eu sõo tam muit'amador (Género incerto)
Meus olhos, quer-vos Deus fazer (Cantiga de Amor)
No mundo nom me sei parelha (Género incerto)
O meu amigo, que mi dizia (Cantiga de Amigo)
Quantos aqui d'Espanha som (Cantiga de Amor)
Senhor, os que me querem (Cantiga de Amor)
- Vi eu donas em celado (Tenção)
- Ai, Pai Soárez, venho-vos rogar (Tenção)
Como morreu quem nunca bem (Cantiga de Amor)
Cuidava-m'eu, quando nom entendia (Cantiga de Amor)
Donas, veredes a prol que lhi tem (Cantiga de Amigo)
Entend'eu bem, senhor, que faz mal sem (Cantiga de Amor)
Eu sõo tam muit'amador (Género incerto)
Meus olhos, quer-vos Deus fazer (Cantiga de Amor)
No mundo nom me sei parelha (Género incerto)
O meu amigo, que mi dizia (Cantiga de Amigo)
Quantos aqui d'Espanha som (Cantiga de Amor)
Senhor, os que me querem (Cantiga de Amor)
- Vi eu donas em celado (Tenção)